Em meio ao processo para a eleição da nova diretoria da Famup, dezenas de prefeitos de primeiro mandato revelaram suas preocupações com o que chegou a ser chamado pela prefeita de Pombal, Polyanna Feitosa (PT), de “herança maldita”. O lixo se acumula nas ruas das cidades e os cofres estão completamente vazios. Mostrando grande preocupação com a situação financeira de sua administração, o prefeito de Cajazeiras, Léo Abreu (PSB), afirmou ontem que já imaginava enfrentar dificuldades, mas admitiu que jamais pensou que o “caos” fosse tão grande. “Eu contava com o enfrentamento de problemas, mas, francamente, ninguém poderia calcular o tamanho da irresponsabilidade cometida contra a coisa pública”, desabafou.Para Léo, durante as sucessões anteriores, os problemas não eram detectados devido ao fato de que os gestores que se revezavam no poder faziam parte do mesmo grupo e, desta forma, os serviços eram mantidos. “Acho impossível que tenhamos chegado a este caos em apenas quatro anos. O problema é que já faz tempo que estão tratando a administração pública sem o devido respeito”, disse.Um dos problemas, segundo Léo Abreu, é o fato de a administração anterior ter deixado de enviar ao governo federal dados obrigatórios sobre os serviços essenciais, como saúde, educação, convênios. Além de tudo que foi relatado por Léo, o prefeito disse ainda que recebeu o governo com três meses de salários atrasados. “O presente que deixaram para a nossa administração foram três meses de salários atrasados e os cofres vazios, além disso estamos enfrentando outro desafio que é a redução de recursos do Fundeb”, disse. O prefeito explicou que as matrículas nas escolas públicas do município caíram drasticamente, provocando a queda nos repasses de recursos do governo federal e com a iminência de se atingir o piso nacional dos professores, a Prefeitura vai ficar “com a corda no pescoço”. “Foi um compromisso nosso o de pagar o piso e vamos cumprir, mas que vai ser um desafio não resta dúvida”, avaliou.Sobre a polêmica que envolve o concurso realizado pela administração anterior, Léo explicou que não anulou o concurso, mas sim os atos de nomeação emitidos pelo ex-prefeito. “Existiam em muitos casos a previsão de dez vagas no edital e o prefeito ultrapassava este limite. Posteriormente poderemos voltar a convocar alguns aprovados, até porque não seria possível anular um processo seletivo sem problemas legais”, justificou.Voltando à prefeita de Pombal, Polyanna disse que encontrou as ruas da cidade com o aspecto de um município abandonado, onde a limpeza urbana não existia. “As ruas estavam repletas de lixo e os cofres vazios”, desabafou. Polyanna contou que vários convênios foram prejudicados pelo mesmo motivo de Sousa, onde a Farmácia Popular chegou a ser fechada pelo que chamou de descaso da administração anterior. “Estou tomando pé da situação agora, mas não vou ficar remoendo sobre o tratamento que recebi. O que me deixa preocupada é que estamos assumindo com um mês de salários atrasados sem um motivo plausível para isso”, confidenciou. Ela revelou que herdou um processo na Justiça Federal por conta de irregularidades cometidas na gestão anterior. Quanto ao remédio para a crise, a petista disse que o ideal é transferir para o ex-prefeito a responsabilidade pelos atos irregulares.
sábado, 10 de janeiro de 2009
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